
Declarar investimentos no imposto de renda é uma etapa essencial para quem deseja manter a regularidade fiscal e evitar problemas com a Receita Federal. Embora o processo possa parecer complicado, ele se torna simples quando se compreende a forma correta de informar cada tipo de aplicação.
Muitos brasileiros investem em produtos de renda fixa, como CDBs, Tesouro Direto e fundos, mas não sabem exatamente onde e como declarar esses ativos. Isso acontece porque cada investimento possui características e campos específicos na declaração anual.
No entanto, com atenção aos detalhes e o auxílio das informações fornecidas pelas corretoras e bancos, o processo fica muito mais claro. Além disso, é importante lembrar que, mesmo quando há isenção de imposto, a Receita exige a inclusão dos valores para manter a transparência.
Por isso, entender o passo a passo é fundamental. Além de garantir o cumprimento das obrigações fiscais, a declaração correta ajuda a manter o histórico financeiro organizado. Continue lendo e veja como preencher tudo de forma prática e segura.

Entendendo o imposto de renda sobre investimentos
O imposto de renda incide sobre os rendimentos obtidos em aplicações financeiras. Na renda fixa, ele segue uma tabela regressiva que varia conforme o prazo do investimento.
Essa tabela funciona da seguinte forma:
- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias
- 20% para prazos entre 181 e 360 dias
- 17,5% para prazos entre 361 e 720 dias
- 15% para prazos acima de 720 dias
Geralmente, os bancos e corretoras já fazem a retenção automática do imposto no momento do resgate. Assim, o investidor não precisa calcular manualmente o valor devido. Entretanto, os rendimentos devem ser declarados para comprovar a origem e o destino dos recursos.
Quem precisa declarar investimentos no imposto de renda
Toda pessoa física que tenha ultrapassado os limites de rendimento ou de patrimônio estabelecidos pela Receita Federal precisa declarar. Em 2025, o contribuinte deve prestar contas se:
- Teve rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 no ano anterior.
- Possui bens e direitos, incluindo investimentos, acima de R$ 300 mil.
- Realizou operações em bolsa de valores, mesmo que tenha tido prejuízo.
Mesmo quem não atingiu esses limites pode optar por declarar para manter o CPF regular e garantir acesso a créditos, financiamentos e comprovação de renda. Além disso, essa atitude evita problemas futuros com cruzamentos de dados automáticos da Receita.
Como declarar investimentos em renda fixa passo a passo
Para declarar investimentos no imposto de renda corretamente, é essencial ter em mãos o informe de rendimentosenviado pela instituição financeira até o final de fevereiro. Esse documento traz todos os dados necessários, como saldos, lucros e valores retidos na fonte.
Em seguida, basta seguir este processo:
- Acesse o programa do IR disponível no site da Receita Federal.
- Abra a aba “Bens e Direitos” e clique em “Novo”.
- Selecione o código que corresponde ao investimento:
- 45: Aplicações de renda fixa (CDB, RDB e outros)
- 51: Títulos públicos (Tesouro Direto)
- 74: Fundos de investimento
- Informe o CNPJ da instituição, o tipo de aplicação e o saldo em 31/12 do ano anterior e do ano-base anterior a ele.
- Preencha os rendimentos na aba “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”.
Desse modo, os rendimentos já vêm com o imposto retido na fonte, mas devem ser informados para que a Receita possa verificar a compatibilidade dos dados.
Como declarar CDB e Tesouro Direto
Os CDBs e títulos do Tesouro Direto são os investimentos mais comuns entre iniciantes. Ambos devem ser declarados em “Bens e Direitos”, com os valores referentes ao saldo e ao rendimento.
Para o CDB, selecione o código 45 e descreva o tipo de título, o banco emissor e o número da conta ou da aplicação. Depois, informe os valores conforme o extrato do informe de rendimentos.
Já no Tesouro Direto, use o código 51. Especifique o tipo de título (Selic, IPCA ou Prefixado) e o CNPJ da instituição custodiante, geralmente a B3. Assim, a Receita identifica que se trata de um investimento público.
Como declarar fundos de investimento
Os fundos de investimento em renda fixa devem ser incluídos no código 74. Nesse caso, é preciso declarar o saldo total investido, não apenas o rendimento.
O informe de rendimentos também indica se o fundo tem tributação semestral, conhecida como “come-cotas”. Mesmo que parte do imposto já tenha sido antecipada, o valor total precisa ser informado.
Portanto, sempre confira as informações no documento oficial e preencha cada campo com exatidão.
Como declarar poupança e LCIs/LCAs
Os rendimentos de poupança e de letras de crédito imobiliário ou do agronegócio são isentos de imposto de renda, mas ainda devem ser informados.
Na aba “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, selecione:
- Código 12 para rendimentos de poupança
- Código 24 para rendimentos de LCIs e LCAs
Em seguida, indique o CNPJ da instituição financeira e o valor recebido no ano. Dessa forma, a Receita consegue visualizar toda a movimentação financeira do contribuinte, mesmo que não haja tributo.
Cuidados ao declarar investimentos no imposto de renda
Muitos erros ocorrem por falta de atenção a detalhes simples. Entre os mais comuns estão:
- Declarar o rendimento no campo errado.
- Esquecer de informar saldos zerados.
- Preencher valores diferentes dos que constam no informe de rendimentos.
Para evitar divergências, sempre utilize as informações exatas fornecidas pela corretora ou banco. Além disso, caso tenha mudado de instituição ao longo do ano, é importante incluir todos os informes recebidos.
Erros que podem causar malha fina
A malha fina é o mecanismo de verificação automática da Receita Federal. Ela cruza as informações declaradas com as dos informes enviados pelas instituições financeiras.
Os erros mais comuns são:
- Deixar de declarar um investimento ativo.
- Declarar rendimentos como isentos quando são tributáveis.
- Omitir aplicações resgatadas no mesmo ano.
Por isso, é essencial revisar todos os dados antes de enviar a declaração. Dessa maneira, o contribuinte evita cair na malha fina e garante que o processo transcorra sem imprevistos.
Dicas para organizar suas informações financeiras
A organização é a chave para evitar contratempos. Veja algumas boas práticas:
- Crie uma planilha de controle com todas as aplicações.
- Guarde comprovantes e informes de rendimentos anuais.
- Acompanhe seus investimentos mensalmente, usando plataformas ou aplicativos de controle financeiro.
- Evite resgates parciais sem planejamento, pois eles podem gerar tributação desnecessária.
Além disso, é recomendável conferir se as instituições estão registradas no Banco Central e se os investimentos estão sob a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Assim, você garante segurança e transparência nas suas aplicações.
Como corrigir erros na declaração
Se após o envio você perceber algum erro, é possível corrigi-lo. Basta acessar o programa novamente e enviar uma declaração retificadora.
Essa declaração substitui a anterior e permite ajustar informações incorretas. No entanto, é importante não alterar o número do recibo original, pois isso garante que a Receita identifique o envio como uma retificação legítima.
Além disso, quanto antes a correção for feita, menor será o risco de autuação.
Vantagens de declarar corretamente os investimentos
Declarar corretamente traz benefícios além da conformidade legal. Entre os principais estão:
- Facilidade na obtenção de crédito bancário.
- Transparência no patrimônio pessoal.
- Histórico financeiro organizado.
- Redução de riscos de inconsistência fiscal.
Com o avanço da tecnologia, a Receita cruza automaticamente dados bancários e fiscais. Portanto, omitir informações deixou de ser uma opção viável. A melhor estratégia, sem dúvida, é sempre declarar tudo com exatidão.
Conclusão: a importância da transparência na declaração de investimentos
Declarar investimentos no imposto de renda é mais do que uma obrigação: é um ato de responsabilidade financeira. Ao compreender as regras de tributação, utilizar os informes corretos e preencher os campos adequados, o contribuinte garante tranquilidade e evita dores de cabeça futuras.
Seguindo o passo a passo e mantendo a organização, o investidor assegura que todo o processo seja rápido, seguro e sem imprevistos. Além disso, essa prática contribui para um histórico financeiro sólido e confiável.
Fontes para consulta do leitor:
- Receita Federal do Brasil
- Banco Central do Brasil
- B3 – Brasil, Bolsa, Balcão
- Tesouro Direto
- FGC – Fundo Garantidor de Créditos
📌 Leia também:
Dicas para sair das dívidas Como economizar dinheiro 7 erros financeiros comuns👉 Continue lendo o Action Mídia



